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segunda-feira, 8 de julho de 2013

OS CRISTÃOS


Carta de Plínio ao imperador Trajano (c. 111-112)

Plínio, o Moço. Correspondência X 96. Trad. Belles Lettres


Plínio o Moço (61-114). Sobrinho e filho adotivo do enciclopedista Plínio o Antigo, Foi advogado, orador e político. Trajano o designou como legado para a Bitínia. Homem honesto, cultivado. Plínio publicou sua correspondência que traz ao nosso conhecimento a sua carta a Trajano a respeito dos cristãos, bem como a resposta do imperador.
[...] Nunca participei de uma instrução contra os cristãos: desconheço, por conseguinte, que fatos são punidos habitualmente, em que se baseia a investigação e até onde é necessário ir[...]. trata-se unicamente do nome [cristão], na ausência de crimes, ou dos crimes inseparáveis do nome que devem ser punidos?
Provisoriamente eis a linha de conduta que adotei em relação àqueles que me foram denunciados como cristãos. Eu próprio perguntei-lhe se eram cristãos. Aqueles que reconheciam sê-lo, repeti essa pergunta uma segunda e uma terceira vez, ameaçando-os com o suplicio. Aqueles que persistiam mandei executa-los. Com efeito, o que quer que significasse a sua confissão, era para mim indubitável que aquela teimosia , aquela inflexível obstinação merecia ser punidas. Ouve outros possuídos da mesma loucura, que em razão de sua qualidade de cidadãos romanos, designei para serem enviados a Roma [...]. Vários casos particulares se apresentaram [...]. Houve aqueles que negaram ser cristãos ou tê-lo sido. Quando eles, a instâncias minhas, invocaram os deuses, ofereceram a tua imagem, súplicas de incenso e de vinho e alem disso, blasfemaram contra o Cristo – coisas a que segundo se diz, é impossível obrigar aqueles que são realmente cristãos – reconsiderei poder libertá-los. [...].
Outros asseguravam que tinham deixado de ser cristãos , alguns há três anos, outros há mais tempo ainda e alguns mesmo a vinte anos. Todos esses também veneravam a tua imagem, as estátuas dos deuses e blasfemaram contra o Cristo. Por outro lado eles afirmaram que toda sua falta ou seu erro, se limitara a reunir-se habitualmente num dia fixo, antes de nascer o sol, para cantarem entre si, alternativamente um hino a Cristo, como se fosse um Deus e para se comprometer através de juramento, não a perpetrar este ou aquele crime, mas a não cometer nem roubo, nem pilhagem, nem adultério, a não faltar a palavra dada, a não negar a devolução do que lhe for confiado quando solicitado. Depois disso, eles tinham o costume de se separar, para voltarem a se reunir a fim de fazerem uma refeição, mas uma refeição bastante comum e inocente. Eles haviam renunciado também a essa prática depois do édito no qual, segundo suas instruções, proibi as associações. Considerei ainda mais necessário a busca da verdade, através até mesmo da tortura, no que se referia a duas escravas que eles denominavam diaconisas. Nada mais encontrei que uma superstição irracional e desmesurada.
Dessa maneira, suspendi a instrução para recorrer a teu conselho. A questão me pareceu merecê-lo sobretudo em função do número daqueles que estão comprometidos. Tratas-se de uma grande quantidade de de todas as idades, de todas as condições, dos dois sexos que são pronunciadas pela justiça ou que os serão. Não foi somente as cidades, mas também aldeias e campos, que sofreram o contágio dessa superstição. Creio que será possível dete-la e corrigi-la. Assim se constatou que os templos que pouco a pouco tinham sido abandonados, estão sendo novamente freqüentados, que são retomadas as festas solenes há muito interrompidas [...].

 

Fonte: http://imfatima.blogspot.com.br